CHEGADA AO ICRJ 1

Um passeio de barco pela Bahia da Guanabara pode ser algo comum, corriqueiro ou algo de extraordinário, dependendo dos passageiros a bordo.
Cerca de vinte e cinco alunos da Escola Municipal Castelo Branco no centro de São Gonçalo, tiveram a oportunidade dessa experiência extraordinária. O esforço conjunto entre o Abrigo do Marinheiro, o Iate Clube do Rio de Janeiro – ICRJ, Professores da Escola Castelo Branco e do RUMAR – Instituto Rumo ao Mar, possibilitou tal evento com crianças e adolescentes de origem humilde, a terem vivencias fora dos muros do colégio.

Durante o percurso saindo do Iate Clube do Rio de Janeiro, indo a Niterói e depois contornando o centro da Cidade do Rio de Janeiro a partir do Arsenal da Marinha, Ilha Fiscal, Praça XV, Escola Naval, Aeroporto do Rio de Janeiro e Praia do Flamengo, a professora Alice, uma das monitoras, senhora de gestos gentis, olhar adocicado e semblante adorável, respondeu as minhas indagações. Esclareceu-me que o mote principal do passeio seria dar um caráter empírico àquilo que é ministrado em sala de aula, pois é sabido que muito do que se aprende na escola, deve-se aplicar na vida diária. No caso de Alice, professora de matemática, disciplina tabu entre os alunos, explicou-me que a navegação foi aventada como tipo de aplicação nada usual da mesma ou seja, algo que fugisse da repetição maçante da matemática costumeira e de suas abstrações e assim, despertar um maior interesse dos estudantes pelo assunto. Afinal de contas, como nos ensinou Fernando Pessoa, “navegar é preciso” e não, uma atividade inexata, falha.

ALUNO CURTINDO O LEME SUPERVISIONADO PELO IMEDIATO 2

O evento tocou de forma diferente cada aluno. Por exemplo, no trajeto sem aviso prévio, nosso comandante Ricardo Mauri, decidira a titulo de pegadinha ou coisa que o valha, passar por fora da Ilha da Laje na entrada da barra: “divisa” da baia com o mar aberto. Tal rota, imprimiu certa emoção aos alunos, com o banzeiro da embarcação que nos abrigava, provocado pelas ondas que vinham pela lateral. Houve, uma profusão de exclamações. Alguns chegaram mesmo a temer que a embarcação virasse, enquanto outros o faziam por pura diversão, contagiados pela adrenalina que imperava.

Certas crianças/adolescentes do grupo, não conheciam a cidade
do Rio de Janeiro, assim como eram “marinheiros de primeira viagem”. A partir disso, é importante refletirmos sobre a importância de incorporar vivencia externa as atividades curriculares. Tal iniciativa, traz a reboque a abertura de horizontes, que se exprime na indescritível alegria do descobrir.

VOLTA DO PASSEIO E EQUIPE OLÍMPICA DE VELA

Por Cassiano Fernandez*

* É Jornalista, formado em 2012 pela FACHA – Faculdades Integradas Hélio Alonso e hoje trabalha na NBS – Agência de Publicidade no Projeto Social Rio+Rio, que se propõe a “acompanhar as mudanças da sociedade carioca do ponto de vista das pessoas” .