O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), antigamente chamado de Penedos, são as únicas ilhas oceânicas brasileiras situadas acima da linha do equador. Fazem parte de Pernambuco, assim como Fernando de Noronha. O Arquipélago é formado por um conjunto de pequenas ilhas rochosas, situadas a cerca de mil quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte e a cerca de 1820 km de Guiné-Bissau. A maior altitude dos rochedos é de 18 metros. As ilhas estão sujeitas a abalos sísmicos e a condições severas de mar e vento. A distância entre os pontos extremos é de cerca de 420 m.

Essas ilhas foram descobertas, em abril de 1511, quando a nau portuguesa São Pedro, comandada pelo Capitão Manuel de Castro Alcoforado, desgarrou-se da armada que partira de Portugal, naquele ano, com destino às Índias, e chocou-se com os rochedos. Outra nau da mesma armada, chamada de São Paulo, prestou socorro, daí o nome São Pedro e São Paulo.

Em 16 de fevereiro de 1832, o Arquipélago foi visitado pela expedição do Beagle, com Charles Darwin.

A Ilha Belmonte é a maior do Arquipélago, tem cerca de 100 m de comprimento por 60 m de largura. Abriga o Farol, a Estação Científica e um atracadouro. É a única que possui alguma vegetação, mas do tipo rasteira e rala.

O primeiro farol foi instalado em 1930/1931, mas foi danificado, em 1933, e abandonado. Um novo farol, o atual, só foi instalado em 1995, possui altitude de 29 metros, alcance luminoso de 15 milhas náuticas e torre cilíndrica em fibra de vidro. Tem um metro de diâmetro e seis metros de altura. A partir de 1996, o Arquipélago passou a ser permanentemente ocupado. Em 1998, foi instalada a primeira estação científica, dando início ao Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Proarquipélago) sob administração da SECIRM – Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar. Devido à vulnerabilidade com o impacto de ondas fortes, uma nova estação foi construída em 2007/2008, junto à antiga.

 Equipamentos modernos permitiram observar a taxa de soerguimento de 1,5 milímetros ao ano, competindo com a erosão na superfície. É a única exposição mundial do manto abissal acima do nível do mar.

O pequeno ponto vermelho é o local do arquipélago (Ilustração Google)

Geologia

A geologia do arquipélago é outra peculiaridade que atrai cientistas. Ele tem uma constituição rochosa extremamente rara no mundo, resultado do afloramento direto do manto suboceânico vindo de profundidades abissais. Ou seja, as rochas ali são plutônicas (rochas plutônicas, ou intrusivas, são formadas devido à lenta cristalização de um magma em profundidade e não vulcânicas). Como se um dedo enorme saísse das profundezas e chegasse à superfície. Nesse caso especial, as rochas do ASPSP estão relacionadas à formação da terra e trazem pistas sobre a separação dos continentes e o surgimento dos oceanos. Estima-se que o cume esteja emerso há 10 mil anos.

Esse relevo permite:

-frequentes pequenos terremotos na região (é a única área brasileira onde a atividade sísmica é frequentemente observada);

– a existência de um paredão rochoso que, há poucos metros da ilha, já se afunda até os 4.000 m de profundidade;

– enriquecimento nutritivo das águas ao redor do Arquipélago, advindo das ressurgências existentes combinadas às constantes correntes oceânicas, fruto da proximidade da área à linha do Equador.

ORGANIZAÇÃO

Pela Resolução nº 001/98/CIRM, de 25 de agosto, foi criado o Comitê Executivo para o Programa Arquipélago, com seus Sub-comitês Científico/Ambiental e Logístico/Manutenção.

O Comitê Executivo para o Programa Arquipélago é coordenado pela SECIRM e participam dele os seguintes representantes:

  • Ministério das Relações Exteriores (MRE);
  •  Ministério da Educação (MEC);
  • Ministério de Minas e Energia (MME);
  • Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI);
  • Ministério do Meio Ambiente (MMA);
  • Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA);
  • Marinha do Brasil;
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); e
  • Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Referências:

<https://www.marinha.mil.br/secirm/proarquipelago> consultado em 10/09/2018
<https://marsemfim.com.br/arquipelago-sao-pedro-e-sao-paulo/> consultado em 10/09/2018
<http://www.pernambuco-turismo.com/sao-pedro-sao-paulo/arquipelago.htm> (consultado em 5/11/2018)
<https://www.researchgate.net/publication/280804044_Arquipelago_de_Sao_Pedro_e_Sao_Paulo_-_O_Brasil_no_Meio_do_Atlantico> consultado em 07/11/2018.

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